quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Postado por Maíra.

Bom, não sei nem como começar a explicar os acontecimentos dos últimos dias.
Pra começar, TÁ NEVANDO! Sei que a Rê já colocou isso aqui, mas não ligo nem um pouco! E então vou contar tudo agora do meu ponto de vista.
Bem, tudo já começou atrasando, quando demorei pra embarcar. O meu primeiro pensamento ao entrar no avião foi que eu ia ter um ataque de claustrofobia. É MUITO APERTADO. Depois, isso se confirmou quando vi aonde ia sentar. E pra piorar a situação, sentou um russo do meu lado - gente boa até, tirando a falta de noção de espaço pessoal.
A viagem foi horrível, cheia de turbulências, fiquei enjoada, não dormi e comi menos da metade de um trocinho minúsculo de macarrão. Depois de 10 ou 11 horas, estávamos chegando em Paris, até que o piloto avisa que o tempo tá muito ruim e não dá pra aterrissar. Passamos umas 2 horas sobrevoando a cidade, até que ele realmente decide que não dá, e diz que vamos pra Nantes. Nessa hora bateu um desespero e uma sensação de "meu pai tava certo". Inclusive, nessa viagem aprendi que meus pais estão certos muitas vezes (e sei que vou me arrepender de ter falado isso aqui).
Eu não aguentava mais ficar dentro daquele espaço apertado, estava louca pra sair e meu desespero passou pra uma felicidade sem tamanho quando o piloto anunciou que estávamos chegando em Nantes. Logicamente essa felicidade não durou muito tempo. A aterrissagem foi HORRÍVEL, tão horrível que, pra vocês terem noção, todo mundo aplaudiu depois que paramos. Aí sim achei que ia vomitar.
Então, mais uma vez, o piloto me deu notícias animadoras: íamos ficar dentro do avião até eles decidirem se íamos para um hotel em Nantes ou se o tempo melhorava e tentávamos de novo ir pra Paris. Logo pensei "droga, mais 2 horas aqui". Quem me dera: foram 5.
Nessa hora eu já tinha começado a conversar com o russo sem noção de espaço (ele era sem noção de espaço porque, quando eu tava vendo filme na minha minúscula televisão, ele chegava mais pro lado pra ver também, mas não ligou a dele nem por um minuto). Mas, então, resolvi levantar e ir até a cozinha pedir água e acabei ficando o resto das 5 horas lá. Conheci um pessoal muito legal, incluindo um comissário de bordo muito gay, e muito engraçado! Esse pessoal acabou sendo o grupo que fiquei durante todo o tempo, e que salvou a minha vida porque um deles falava francês e porque ficar sozinha seria muito chato. Era eu, um brasileiro que mora na espanha, um francês que mora no Brasil, e um outro brasileiro. Depois de muitas horas conversando na cozinha - o que acabou fazendo o tempo passar rápido, porque foi muito divertido -, o piloto anunciou que íamos realmente passar a noite em Nantes. Nessa hora eu já estava desesperada pra conseguir falar com a Rê, com a mamãe ou o papai, porque sabia que eles provavelmente estavam desesperados por notícias.
Então eles arrumaram um ônibus (porque não estávamos exatamente no aeroporto, estávamos parados meio de lado numa pista muito longe de tudo), pra levarem a gente pro aeroporto. Chegamos lá, ficamos horas numa fila (foi quando comecei a descobrir sobre a eficiência dos franceses, porque só tinha UM cara trabalhando, rápido como uma mini-tartaruguinha), e, depois de tanto trabalho pra conseguir atestado de acolhimento, autorização em português e francês, seguro, e mais uma porrada de coisa, tudo que o cara me pediu foi o passaporte. Então passei, esperei o pessoal, e depois ficamos um tempão pra conseguir pegar as malas e arranjar quartos nos hotéis. Depois pegamos os ônibus que a Air France disponibilizou e fomos pro hotel. Bem, sobre o hotel: FODA. Cada um ficou com um quarto, era daqueles quartos que você entra com o cartãozinho, e mais: pra acender a luz também tinha que ser com o cartãozinho. Obviamente não peguei essa de primeira, e tive que bater no quarto de um dos meninos me sentindo muito idiota pra perguntar como fazia pra acender a luz. Depois disso, fui até lá e era tudo muito foda. Meu quarto tinha dois andares, duas televisões enormes, sofá, e um banheiro com banheira - que também demorei séculos pra descobrir como fazia pra destampar o ralo (também tinha isso na pia. Depois fiquei pensando qual a finalidade de tapar o ralo da pia. Se alguém souber, me diz).. Consegui, mas não fez diferença porque não consegui descobrir como fazer pra passar da torneira que enche a banheira, pro chuveiro.
Bem, depois disso fomos jantar. Cheguei no restaurante do hotel e comecei a sentir um outro tipo de desespero. A primeira coisa que pensei e falei foi "minha mãe me avisou". Tinha dois garfos, duas facas, uma colher e duas taças. Depois o francês que mora no Brasil me ensinou como usar, mas como uma boa brasileira, tijucana e da família Sigilião, não gostei nada daquilo. Não sei o que tem de errado em comer com um garfo, uma faca, cortar tudo, misturar e botar pra dentro - tudo isso com os dois cotovelos na mesa. Mas tudo bem.
Agora olha a mistura: na minha mesa sentaram dois argentinos, mais o tal russo, e mais o meu grupo. Sendo que, os argentinos só falavam espanhol, o russo só falava inglês.. Foi uma comunicação difícil.
Na hora de eles entregarem os pratos que bateu a terceira onda de desespero: as porções eram minúsculas e eu comecei a perceber que ia passar fome, além de que, como sou vegetariana, eles me entregaram um prato vegetariano. Mas cara, o que as pessoas não entendem é que não precisa ser SÓ MATO! Vegetarianos comem outras coisas. Ou seja, além de não ter comido quase nada no avião, também não comi quase nada no jantar. 
Depois dormi, acordei as 3h da manhã, me arrumei e fomos tomar café da manhã. Também comi pouco com medo de ficar enjoada na viagem, mas comi a primeira coisa realmente gostosa desses dias: croissant. Meu deus, que coisa deliciosa.
Depois pegamos o ônibus de novo, fomos até o aeroporto, ficamos horas na fila de novo, pra fazer o check-in, fizemos, ficamos horas esperando perto do portão que íamos embarcar, pra depois uma voz anunciar que o aeroporto de Paris tava fechado, e que não dava mais pra gente ir de avião. Então, tivemos que voltar, pegar nossas malas, e a Air France conseguiu um ônibus pra irmos pra Paris. A maioria das pessoas resolveu ir de trem, mas nem rolava pagar 90 euros, pra Air France dizer que vai reembolsar em no máximo 4 meses (isso mesmo, 4 meses). Nessa hora, outras pessoas se juntaram ao grupo: um húngaro, 3 brasileiras, um suíço e uma outra mulher que nem troquei uma palavra, então não sei de onde ela era. 
Então pegamos o ônibus e a viagem foi calma. Consegui dormir um pouquinho, mas só depois de pegar um casaco do húngaro emprestado e colocar na cara, porque o russo ficava me encarando. Depois de 2h de viagem o ônibus deu uma parada num restaurante. Fato importante: quando saí do avião, e do ônibus em Nantes, eu achei muito frio. Isso não era nada, NADA, comparado ao frio que estava quando saí do ônibus nessa parada! Pra começar, estava nevando: era tudo lindo, lindo mesmo, mas eu estava de all star e não foi agradável. Além de que quase caí no chão diversas vezes. No restaurante, fiquei mais uma vez um tempão na fila pra pegar comida, e quando cheguei lá descobri que não tinha nada pra eu comer além de batata frita. As mulheres que tavam atendendo não falavam inglês, mas quando você perguntava isso pra elas, ao invés de elas fazerem um gesto, falarem alguma coisa, não, elas colocavam comida no seu prato. Depois, não consegui devolver porque elas não me respondiam, e no fim paguei por 2 pães, macarrão, e batata frita, mas só comi a batata frita. Ou seja, mais um dia de fome.
Depois voltamos pro ônibus e, no resto da viagem, todo mundo dormiu. Então chegamos no aeroporto de Paris, liguei pra Rê pra avisar e descobri que ela ainda estava em casa. Então esperei por 2 horas, começando a ficar preocupada, com o húngaro que não sabia o que fazer, porque tinha que pegar um avião pra Dublin. 
Fiquei com pena e comecei a achar que a minha situação não tinha sido tão ruim, quando chegamos no aeroporto e só tinha um negócio da Air France aberto, tava lotado, e quando vi que, pra maioria das pessoas que tavam comigo, Paris era só conexão. Eles tiveram um trabalhão pra conseguir ir embora.

Depois, encontrei com a minha irmã e nós duas começamos a chorar. Obviamente.

Uma vez em Paris, foi tudo tranquilo. Já aprendi a usar o metrô, já confirmei a história de que aqui eles não curtem muito falar inglês (considerando que, no mercado, a caixa ficou momentaneamente surda quando perguntei se ela falava), já confirmei a outra história de que aqui eles não tomam banho, e também já me perdi bastante.
Fomos no Louvre, e aquilo é sem explicação de tão lindo.
Agora está nevando, e eu vou bater perna por aí! Só pros meus pais ficarem orgulhosos: ainda não fiz nenhuma compra estúpida!!!! UHUU!

Vou colocar algumas fotos aqui, que a Rê não colocou..





Ps: agora percebi que escrevi tanto que acho que ninguém vai ter paciência de ler tudo. hahahahaha

5 comentários:

  1. Voce viajou de All Star no meio de uma tempestade de neve?????
    Deu uma de Tijucana mesmo.

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  2. Oi minha bebê princesinha (não reclamem de chamá-la assim, sou mãe, portanto posso hihihi), é claro que todos vão ler e curtir muito "AS AVENTURAS DE UMA ADOLESCENTE" (este é o título de seu livro que vai escrever rsrsrs ou pelo menos uma idéia ou parte dele). Embora já saiba (claro) da saga que você passou e já tenha falado pra vc o que sinto, vou repetir para todos saberem. ESTOU MMUUUIITTTOO orgulhosa de você (não poderia ser diferente). Bem, você está linda como sempre e tenho certeza que, além de curtir muito, vai tirar boas lições de vida (o que é sempre bom). Agora não resisto em falar hihihi: EU TENTEI ENSINAR E MOSTRAR A VOCÊS MUITAS COISAS QUE NÃO VOU RELATAR AQUI, portanto, a frase que não pode deixar de ser citada aqui EU TE DISSE hahahaha. E para não perder o hábito, juízo, cuidado, maturidade e fique sempre esperta, não é Brasil, mas também tem aproveitadores de todos os tipos. TE AMO MUITO e transmita para a Rê que também TENHO MMUUUIITTTOOO orgulho dela (claro, tb não poderia ser diferente, QUE A AMO MUITO, e que cuide direitinho de vc, embora saiba que nem precisa falar. Ah! não posso deixar de dizer que as fotos estão lindas, claro, e que todo esse patrimônio maravilhoso de Paris ficam ainda mais maravilhosos com vocês perto deles. SAUDADES, AMO, ADORO E SOU APAIXONADA POR VOCÊS. BJKS BJKS

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  3. Maira, Adorei ler o blog e saber de tudo que voce passou com detalhes. Parabens por se sair tão bem de todos os problemas. Agora é so curtir ao maximo tudo que Paris tem a oferecer apesar do frio e da neve. Vejo pelo climatempo na internet que voces terão um Natal branco mas não com tempestades, portanto aproveite.
    Tambem estou orgulhoso de voce. Muitos beijos,
    Tia Ruth

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  4. Oi Linda da tia
    Eu li sim viu? Que aventura ! Aff!
    Mto chique vc em Paris.
    Bjssssssssssssssssssss

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  5. Hahahaha.... Sensacional! Gostei da parte "ainda ñ fiz nenhuma compra estúpida". Muito bom mesmo. Agora confessa, foi bom ter ido passar a noite em Nantes ñ foi não??? Teve direito até a hotel fodástico!!!! E quanto ao russo (ou húngaro, sei lá) ele deve ter gostado de você oras.

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