terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sao tantas emoçoes...

No meu ultimo mes no Brasil eu achei que se eu nao infartasse naquele momento, nao infartaria mais. Ha ha ha, doce ilusao. Nunca achei que iria passar por tudo de novo (e talvez ate um pouco pior) no meu ultimo mes em Paris.
Depois que voltamos de Roma eu me toquei que soh tenho mais um mes aqui. Sempre senti muita saudade do Brasil, sou muito apegada e pra mim alguns momentos aqui foram realmente dificeis. Mas faltava tanto tempo para voltar que eu nunca considerei seriamente esse momento. Ok, soh que agora ele ta perto. E ai quando eu percebi que daqui a 1 mes eu to indo para o aeroporto e deixando a Torre, o Louvre, o Sena, a Champs-Elysees, o metro fedorento e a arrogancia francesa para tras, me bateu um certo panico. Panico mesmo, juro. Do tipo assim, "Como assim eu posso nunca mais ver a Torre?". Pq vcs sabem, a torre eh meu lugar preferido aqui e podem dizer que eh um super clichê, eu nao me importo. Eu sei que pode ser que eu ainda volte a Paris, etc etc, eu sei o que vcs vao falar. Mas vamos ser francos, existe uma possibilidade de eu nunca mais voltar.
Quando eu sai do Brasil as pessoas me avisaram que no fim dos 6 meses eu nao ia querer voltar para o Brasil. Nao diria que eu nao quero voltar, eu quero, meu lugar eh la. Mas cacete, nao da pra voltar com uma passagem Rio-Paris guardada no bolso, soh para garantir?
Maira reclama que eu peguei uma mania francesa irritante, que eh de concordar fazendo um som que na verdade parece que vc ta discordando. Ela reclama disso pq sente ciumes, acha que eu me adaptei bem demais. Mas caramba, nao era para ter me adaptado? Depois de 5 meses aqui morando sozinha, nao era para no final das contas, eu chamar Paris de casa? E eh verdade gente, eu chamo Paris de casa e isso foi um susto para mim. Quando percebi que por mais resistente que eu tenha sido no inicio (e como eu resisti), aqui eh minha casa agora. Um dos indicios disso foi quando eu tava em Roma e me assustei com o jeito agressivo/energetico dos italianos e imediatamente os comparei com os franceses. Outro indicio disso foi quando Londres começou a me irritar pq eu nao achava uma unica lata de lixo na rua e defendi Paris com unhas e dentes, falando que aqui tem lata de lixo em todo lugar. E ai me toquei: "Calma ai, eu to DEFENDENDO Paris?". Para completar, quando passei mal em Roma, a primeira coisa que me passou pela cabeça foi o quanto seria mais  facil se eu tivesse em casa, em Paris. Xiii, por essa eu nao esperava...

Todas as vezes que senti vontade de voltar para o Brasil, idiotamente eu nunca me imaginei deixando Paris. No meu delirio eu ia para o Brasil, mas nao tinha que abrir mao de nada para isso. Quando me imaginei pegando um taxi para ir para o aeroporto e deixando meu cafofo para tras, comecei a perceber que isso vai ser muito mais dificil do que eu imaginava...
E nao eh soh isso, em 5 meses eu conheci pessoas das quais eu vou sentir realmente falta, saudades. E o escroto eh que eu sei que sao pessoas que eu provavelmente nunca mais vou ver.  Eh coisa demais mudando o tempo todo e quando as coisas comecam a ficar familiares, elas mudam de novo!! Serio gente, tem que ter saude pra isso.

O que as pessoas estao me aconselhando aqui eh: "Renata, faça uma lista do que vc ainda quer fazer em Paris e faça TUDO."
Eh isso gente, contagem regressiva para aproveitar essa cidade que, por mais que eu reclame a beça, eh a minha casa agora e eu tenho que admitir, eu até que gosto dela...

4 comentários:

  1. Filhota, não sei se vc lembra de um desenho da disney sobre uma família de ratinhos onde um deles ficou distante da família cheio de aventuras tentando voltar pra casa e encontrá-los. Neste momento não lembro do nome, mas ficou marcado na minha cabeça uma frase: NUNCA DIGA NUNCA JAMAIS. Não sei se vc já se tocou que sua vida mudou radicalmente. Maneiras de ver, pensar, agir.... Se existe uma pessoa com muitas possibilidades futuras, principalmente em viagens, é você. Vc não vai largar nada pra traz, cada passo que vc dá, está além de andando, avançando cada vez mais em sua vida, está acrescentando maiores conhecimentos, relacionamentos, possibilidades. lembra quando falo da hitória de dois caras que supostamente ganhariam um cavalo? Era um pessimista e um otimista. Ambos ganharam as ferraduras e o pessimista ficou puto, jogou a ferradura no chão e se entristeceu por não ter ganho um cavalo. O otimista agiu diferente. Viu as ferraduras e saiu a procura de um cavalo. Conclusão de tudo, você é brasileira, mas se você quiser, pode ser o que desejar e quando quiser. As ferraduras já foram entregues a você, agora a escolha do que fazer com elas É SUA. TE AMO DE PAIXÃO.E olha, se ficar tenso fosse bom, a corda não arrebentaria quando esticada demais. Bjks

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  2. É Rê (olha a intimidade, rs)e quem disse que resistir à mudança é fácil? Falo isso com conhecimento de causa, rs. Não é fácil deixar uma vida relativamente rotineira onde bem ou mal sabemos o q pode ou ñ acontecer p/ viver uma vida com mais incertezas e novidades. Mas, depois de mt resistir à mudança nos adaptamos e a vida nova parece tão comum que a 'antiga' nos parece estranha. E quando estamos adaptadas vem a surpresa: outra mudança! O que fazer? Nos adaptar e reinventar e aprender com o que se viveu, e só levar aquilo que serviu de aprendizado. Agora, faça isso mesmo. Liste tudo q vc ñ fez (e o q fez tb) e FAÇA antes de voltar pro Rio. Com certeza vc vai sentir falta do fedor dos parisienses, da comida cara (será? rs), da torre, do trabalho... Mas sentir saudade também é gostosto. E pense, internet existe pra manter contato com essas pessoas e Paris, vc poderá visitar qd tiver $$ de novo p/ tal! Bjinhos e curta esse último mês. :-)

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  3. rêê, curta muito esse finalzinho de viagem.. faça a tal lista, abrace muito essa cidade, de muitos beijos, por que eu sei como é ruim, deixar sua casa.. minha cidade friburgo está destruída, perdi minha casa lá e não voltarei lá tão cedo.. e eu fico triste, por que as últimas vezes que fui, não aproveitei tudo que poderia, mas ela sempre será a minha cidade, e eu nunca vou deixar de gostar dela.. ela só está mais longe do que o normal, até por que.. não tenho mais casa para ficar lá né.. mas você sempre vai lembrar dar coisas boas que você passou ai e te garanto que do jeito que você é fodona, logo logo estará ai de novo e melhor.. não só ai, como em outros lugares,tão lindos quantos ! e essas pessoas que você conheceu ai.. você ainda poderá reve-las.. indo visita-las em seus países de origem, olha que legal? mais aventura para esse blog. relaxa que esse mês vai ser muito bom para você ... e você voltara com muitas e muitas lembranças boas hihi..
    te amo muito rê..

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  4. Filha.
    Ontem quando lí seu post resolvi não comentar imediatamente.
    Fiquei emocionado.
    Eu entendo e fico feliz pela sensação de perda que vc está sentindo. Significa que vc está feliz e aproveitando essa experiência.
    Vc tem razão. Sempre é possível que vc não volte mais à Paris e que não volte a encontrar muitas das pessoas que conheceu aí. Mas isso não é o mais provável de acontecer. Tudo indica que vc vai continuar sua carreira na LOreal e se isso acontecer, dificilmente vc vai ficar livre de Paris por muito tempo.
    É claro que sempre existem perdas. Pela primeira vez na vida você morou sozinha. Não é para qualquer um uma experiência como essa, morar 6 meses sozinha em Paris. Mas o que eu quero transmitir para você é que apesar de algumas perdas acontecerem, o horizonte é de mais e mais conquistas. É claro que vão existir momentos ruins e bons como sempre mas acredite. No fim, as coisas vão melhorar ainda mais. Muito mais.
    Estamos todos com muitas saudades aguardando sua volta.
    Beijos

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